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Aula-14

Imagens Formada por Refração
Lentes Delgadas
Ampliação Transversal
 

14.1 Imagens Formada por Refração
 

    A formação de imagem por refração em uma superfície que separa dois meios, com os índices de refração n1 e n2, está ilustrada na figura 14.1. Nesta figura, n2 é maior que n1, e então as ondas se propagam mais lentamente no segundo meio. Neste caso, também, somente os raios paraxiais convergem para um ponto.
    Uma relação que mostra a dependência entre a distância da imagem, a distância do objeto, o raio de curvatura e os índices de refração, pode ser deduzida pela aplicação da lei de Snell à refração dos raios, com a adoção da aproximação dos ângulos pequenos. A geometria do problema é apresentada na figura 14.1. Em nossas aplicações assumiremos que a superfície de contato entre os meios 1 e 2 é esférica, com raio de curvatura r.


                     Fig. 14.1    Formação de imagem por refração




Da figura 14.1 tiramos as seguintes relação angulares,

                                       (14.1)
                                      (14.2)

Aplicando a lei de Snell no ponto A temos que;

                                                               (14.3)

O estudo da imagem formada pela refração será feito usando a aproximação dos ângulos pequenos. Neste caso 0,
isto implica que os ângulos q 1 ,q 2 , b e g são também pequenos.

                                                                      sen q 1 »q1 e sen q2 »q2                                                     (14.4)

substituindo a equação 14.4 em 14.3 obtemos

n1 q 1 » n2 q 2

Substituindo a expressão para q 2 na equação 14.2 obtemos

ou

                                                                (14.5)

Multiplicando ambos lados da equação (14.5)  por  n2  temos;

                                                           (14.6)

Como o ângulo a é pequeno ( 0 ) temos que as distâncias AV e AV’ são aproximadamente iguais. Isto implica que

                (14.7)

Substituindo as relações obtidas em 14.7 na equação (14.6)  encontramos que,

Eliminando o termo AV’ na equação acima obtemos

                                                     (14.8)

Esta equação correlaciona as distâncias objeto (o), imagem (i) e o raio de curvatura da superfície (r). Ela é denominada por equação para um diótrico. O diótrico é um sistema composto por dois meios, com índices de refração distintos, sendo que a superfície de contato entre os dois meios é curva. Nesta seção assumiremos que a superfície de contato é esférica e com raio de curvatura r.

        Na refração, as imagens se formam atrás da superfície refratora ou de contato, no lado que se chama da transmissão (espaço-imagem), enquanto as imagens virtuais ocorrem no lado da luz incidente (espaço-objeto), na frente da superfície. As convenções de sinais que se usam na refração são semelhantes às que ocorrem na reflexão.
 
 
 

Objeto
o
 +  (objeto real) para os objetos que estiverem na frente da superfície 
     (lado da incidência)
 -  (objeto virtual) para os objetos que estiverem atrás da superfície 
      (lado da transmissão) 
Imagem
i
 + (imagem real) para as imagens formadas atrás da superfície 
    (lado da transmissão)
 -  (imagem virtual) para as imagens formadas na frente da superfície 
    (lado da incidência) 
Raio e Foco
r , f
 +  se o centro de curvatura estiver no lado da transmissão
 -  se o centro de curvatura estiver no lado de incidência

            Se compararmos estas convenções de sinais com as da reflexão, veremos que i é positivo e a imagem é real quando a imagem estiver no lado da superfície atravessado pela luz refletida ou refratada. Analogamente, r e f são positivos quando o centro de curvatura estiver no lado atravessado pela luz refletida ou refratada. Uma outra forma de determinar os sinais de o e i é verificando se eles são formados por raios reais ou virtuais. Se são formados por raios reais são sempre positivos e serão sempre negativos se são formados por raios virtuais.
 

14.1a - Aplicação : Imagem formada por refração

           Suponha um diótrico esférico (convexo) com raio de curvatura igual a 15,0 cm separando dois meios, com índices de refração n1 = 1,0 e n2 = 2,0 respectivamente. Determinar a posição da imagem, supondo o objeto localizado a 30,0 cm à esquerda do vértice na superfície de contato.

Neste caso

Isto é o objeto está localizado a 60 centímetros da superfície de contato.
 
 

14.2- Lentes Delgadas

        A aplicação mais importante da equação (14.8) é a de determinar a posição da imagem de um objeto formado por uma lente. Ë o que se faz analisando, separadamente, a refração em cada superfície de contado da figura 14.2, a fim de deduzir uma equação que relacione a distância da imagem à distancia do objeto, ao raio de curvatura de cada superfície da lente e ao índice de refração da lente.


Fig. 14.2     Diótrico bi-convexo

Aplicando nas faces 1 e 2 a equação (14.8) para o diótrico esférico obtemos a seguintes relações, respectivamente,

d é a distância entre os vértices nas faces 1 e 2, ou espessura da lente. Para o caso de lentes delgadas ou finas (d » 0) temos
que

                                                            (14.9)

Somando a primeira equação de 14.8 com a equação 14.9, temos que

ou

Dividindo ambos lados da equação pelo índice de refração n1 obtemos,

                                                 (14.20)

Para o caso particular em que o objeto está localizado no infinito ( o ® ¥ ) temos que a imagem será formada na posição focal, isto é;

Com este resultado a equação 14.20 pode ser rescrita por

                                                                                   (14.21)

Para o caso em que a lente com índice de refração n2 = n é colocada em contato com o ar ou o vácuo (n1 = 1), a equação acima pode ser escrita por

a qual é conhecida com equação dos fabricantes. Ela é usada, pelos os fabricantes de lentes, para calcular a distância focal de lentes delgadas.

        Devemos lembrar que como uma lente é formada por dois lados com raios r1 e r2, ela tem consequentemente dois pontos focais, f1 e f2. As convenções de sinais para a equação 14.20 são as mesmas dos espelhos e dos diótricos isolados.

        O parâmetro mais importante no caso de lentes delgadas é o ponto focal f. No caso de lentes convergentes, o ponto focal f pode ser encontrado facilmente usando a imagem (foco de luz) formada pela luz solar ao atravessar a lente. Conhecendo f e as características do objeto, todas informações sobre a imagem podem ser determinadas, usando as equações para lentes discutidas acima.

A figura 14.3 mostra o conjunto dos principais raios para se determinar a imagem de um dado objeto.


Fig.14-3

        A figura 14.4 mostra um conjunto de tipos de lentes convexas e côncavas. As lentes convexas são do tipo convergentes e as côncavas divergente. As convergentes têm ponto focal f positivo (+) e as divergentes ponto focal negativo (-).


Fig.14-4   Tipos e lentes delgadas

A figura 14.5 mostra imagens formadas por lentes convergentes (a) e divergentes (b).


Fig.14-5  Lentes convergentes e divergentes


14.2a- Aplicação : Lentes delgadas
 

        Uma lente delgada e esférica tem duas superfícies convexas (bi-convexa) de raios r1 = 1,20 cm e r2 = -0,80 cm é colocada em contato como o ar. Seu índice de refração é n = 1,50. Determine uma de suas distâncias focais para o caso de um objeto colocado a 2,00 m à esquerda do centro da lente. Usando a equação dos fabricantes obtemos que,

De acordo com as convenções, uma distância focal positiva indica que o foco está no lado real da lente e o feixe luminoso incidente de raios paralelos converge após a refração, para formar uma imagem real. Então, podemos dizer que esta lente é do tipo convergente.

A posição da imagem é dada pela equação 14.21, isto é

Como i é positivo a imagem é real. Você pode verificar esta afirmação na simulação abaixo. Use o botão esquerdo do mouse para movimentar o objeto (seta vermelha). Observe que simultaneamente o simulador resolve a equação dos fabricantes (eq.14.21) para calcular a posição da imagem (seta verde) formada por uma lente convergente.

Verifique, usando a equação 14.21, sob que condição estas lentes formam imagem virtuais. Logo em seguida cheque os seus resultados no simulador abaixo.

 Imagem formada por uma Lente Convergente

Modo de Usar : Use o mouse para mover o objeto ( seta vermelha)

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Vimos acima que além das lentes convergentes temos as divergentes. Todas elas obedecem as mesmas regras estabelecidas no caso do fenômeno reflexão. Veja a seguir uma simulação para este para lentes divergentes.

Verifique se as lentes divergentes podem formar imagens reais.

Veja simulação :     Imagem formada por lentes Divergentes


14.3 Ampliação Transversal
 

        Podemos conseguir uma expressão para ampliação de uma imagem formada por uma superfície refratora, considerando a figura 14.6, que mostra um raio que passa pelo topo do objeto e pelo topo da imagem. O raio refratado se desvia para a normal, ao passar pela superfície, neste caso q2 é menor que q 1. Como estes ângulos estão relacionados pela lei de Snell,   n1 sen q1 = n2 sen q2,  as distâncias do objeto e da imagem estão relacionadas pelas seguintes equações geométricas,

Sendo    q1 = q2   temos que

                                                      (14.21)

onde m é a ampliação transversal. Se m é negativo então a imagem é invertida com relação ao objeto.


Fig.14-6   Ampliação transversal
   

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